terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Azar da poesia

Procuro uma poesia
amarga como a vida
que doa quando se abre
igualmente uma ferida
como vida entediada
das que tem uma entrada
mas não tem uma saída.

Doente como um fim
vil como a esperança.
Vida que vai e não volta
acaba, não deixa herança
morre assim pelo caminho
no irônico escarninho
de quem não agüenta a dança.

Quero uma poesia ríspida
das que não fazem chorar
se alimenta no sofrimento
não pretende ajudar
que faz com que a morte
seja vista como a sorte
carregada de azar.

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