quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

De quando eu achei que tinha certeza

Achei que me conhecia
antes de você chegar.
Depois que você chegou
eu me pus a pensar
será mesmo que sou
quem me fiz acreditar?

Já achei que fosse grande
um poema do sem fim
um grande corpo celeste
o perfume do Jasmim
se no céu não fosse deus
era ao menos querubim.

Já achei que fosse nada
que eu era só mais um.
Que eu estar nesse mundo
não tinha sentido algum.
Que não era nada demais
era só mais um comum.

Já achei que eu fosse ódio.
Já achei que eu fosse amor.
Já achei que eu fosse a cura.
Já achei que eu fosse a dor.
Já achei que eu fosse o santo
e depois que eu fosse o andor.

Mas quando você chegou
aí não achei mas nada.
Perdi minhas certezas
minha idéia não aplicada.
A paixão foi ventania
e o amor foi enxurrada.

Só sei que achei em ti
o que o meu Eu deseja.
Um sentimento tão forte
que não tem quem não o veja
e que eu quero sempre em mim
independente do que eu seja.

O amigo da lata

Aquela lata redonda
de conteúdo esbranquiçado
chega até a ser estranho
chega a ser engraçado
como algo assim tão vil
tá me deixando viciado.

Tem sido meu companheiro
nas minhas “desaventuras”.
Alivia minhas dores
e também minhas agruras
faz com que minhas aflições
não sejam assim tão duras.

Quando percorre meu rosto
faz efeito imediato.
Nunca deixa de achar
a dor no lugar exato
e não tem como negar
age sobre o mal de fato.

É ainda uma pena
não servir pra toda dor
não curar o mal olhado
nem agir no meu pudor
e ainda o pior de tudo
que não cura dor de amor.

Já entrou pra minha vida
já faz parte do meu clube.
Sem dúvida é de prestígio
cidadão da minha urbe.
Bem aventurado seja
Quem fez Vick VapoRub.




ê he he
que besteira!xD

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Poíesis

Tem poesia dentro do copo
e tem na cinza do cigarro.
Vi poesia no perfeito
e também vi no bizarro.
Vi poesia em um beijo
Augusto viu num escarro.

Do buraco da fechadura

Daqui dá pra ver um menino
No buraco da fechadura
Descobrindo outro mundo
Por um buraco à meia altura
Se esforçando pra ver a vida
Sem saber que a vida é dura

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Do pináculo da nuvem

Do pináculo da nuvem
Transeunte te avisto
Me abstém o pensar
Daquém perplexo assisto
Somente te ver passar
Tomando-me todo ar
Com o prazer que advém disto

As nuvens se desfalecem
O céu todo azul se faz
Caio como do sol um raio
Sem tempo d’olhar pra trás
Faço mergulho profundo
E miro só o teu mundo
Porque o meu agora jaz

Cruzo a imensidão do céu
Ultrapasso no horizonte
Ascendo um arco-íris
Me reflito numa fonte
Voando num ar bizarro
Passo por baixo d’um carro
E por cima de uma ponte

Adentr’em tua atmosfera
Em fogo vivo desfaço
Fundindo como a cera
O meu coração de aço
Que em encarnada cor
Vai sendo moldado por
Teu cinzel e mão ao maço

Orbito o pequeno corpo
Como um planeta cego
Minúcia pequena orbe
A quem defronto o ego
E não só o ego defronta
Mas o depõe por tua conta
Aos poucos a ti me entrego

Ao te olhar me confundo
Olhar dentro dos teus olhos
E não poder mergulhar
È sentir tantos abrolhos
por se reter’em se afogar
E se deter em só olhar
Este teu mar como folho

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

"As coisa"

Veja como são “as coisa”,
como palavra que não vêm,
como um sorriso tímido
mas do melhor que a gente tem,
como tudo fica perfeito
e o perfeito vira sujeito
na figura de um alguém.

Sabe como são “as coisa”?
São você representada.
“As coisa” é você rindo
você falando, você calada.
Vou falar feito poeta:
“As coisa” é você completa
e sem você “as coisa” é nada.







Se explicar perde a graça!!!! ehehehehehe

Daquele primeiro beijo

Ah! Me lembro do cheiro
do nosso primeiro beijo.
Bem mais que mera fragrância,
o ponto alto do cortejo.
A faculdade plena
e uma mostra amena
de todo o meu desejo.

Cheiro metálico de sangue
que na veia acelerava,
fluía cada vez mais forte,
me tomava, me esquentava.
Se dependesse de mim
eu vivia sempre assim,
te beijava e não parava.

O cheiro quente e suave
sinestesia da confusão,
da falta dos sentidos
estando todos em ação,
quando em um beijo mudo
se converte e funde tudo
em mais razão e emoção.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Natureza viva

Tão intenso e cintilante
como as Luzes em um jardim
é o seu raiar de amor
acender dentro de mim
uma natureza viva
que não morre nem tem fim...

Um silêncio de verdade

Sou menino perdido
neste campo de expressões.
Os limites das palavras
me impõem objeções
se eu for te explicar
e tentar “emoldurar”
as minhas opiniões.

O tempo da minha vida,
obstáculo particular,
é sem dúvida pouco tempo
para me pôr a falar
de tudo que penso ser,
tentado nada perder
do conceito de amar.

Pra te falar de amor
Prefiro dizer assim:
Olhe dentro dos meus olhos
e veja que há em mim
um menino tão encantado
que se ele for questionado
lhe responde: amo sim!.

Eu prefiro te dizer
tocando a tua mão,
emudecendo a te ver,
cegando com a paixão,
conhecendo quem tu és
e sentindo sob os meus pés
desaparecer o chão.

Eu prefiro te dizer
com o advento da saudade,
com o ar de um sorriso
mostra de felicidade,
que altera meu dia-a-dia
e com força de magia
altera a realidade.

Eu prefiro na verdade
deixar meu amor falar,
sem ter que abrir a boca,
sem ter que balbuciar,
gritando com perfeição
do fundo do coração:
“Minha vida é te amar!”

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Briga de tempos

Briguei com o relógio,
ele quis me incomodar.
Não correu contra os segundos
quando eu quis te encontrar.
Não sabia como eu queria
a hora de te ver chegar.

Assim meio de lua

É verdade, eu admito
sou assim meio de lua.
Vou minguando como o astro
mediante ausência tua.

Sem ti o tempo é lento
e me serve como prova
que me ofusca toda luz
me deixando lua nova.

Tua falta é marcante
e a saudade é companheira.
O sorridente quarto crescente
vem da notícia alcoviteira.

Até que a luz da tua presença
vem correr em minha veia
me clareia resplandecente
como a luz da lua cheia.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Do pandeiro do Jackson

Sou seu nome e sobrenome
sou extensão do seu braço.
Entre mim e sua arte
ninguém nega, existe um laço.
Eu sou o dono do som
mas ele é quem dá o tom
resultando um bom compasso.

Meu dono foi Rei do ritmo.
Senhor maior da batucada.
Mestre supremo do som
com doutorado em embolada.
Pela vida foi ensinado
nela se fez graduado
em poesia bem cantada.

O Jackson é do pandeiro
do tamborim e violão.
Apadrinhou a sanfona
a zabumba e a percussão
e os que ele não adotou
ele logo os colocou
na qualidade de irmão.

Meu Jackson é do pandeiro
e do Jackson ainda sou.
Onde estiver o Jackson
me procure que eu estou.
Seja na grande alagoa
em campina ou João Pessoa
pode me chamar que eu vou.

Aonde o Jackson foi
estive com sua pessoa
fui ao baile da Gabriela
e no forró de Zé lagoa.
Chegamos a vários lares
e em diversos lugares
nosso som ainda ecoa.





Versos escritos para a revista CultPB.

Do bendito agoureiro

Sou bendito agoureiro
das calunias do porvir.
Avulso dignitário
do que há de me convir
existente daquém posto
substrato dum belo mosto
um esmo do que vai vir.

Aqui novamente morto
vejo uma vida passar.
Preso em meu arcabouço
que não mas ira cessar.
Estendido no ataúde
a esbanjar plena saúde
para a ceifa atravessar.

Eu recluso cá comigo
donde não quero sair.
Na pior das retenções
e a mais propicia a cair
onde o recluso tem chave
e mesmo sem um entrave
ele prefere não fugir.

Pois sabe que se for
não mais retornará
do seu lado exterior
com sua vida encontrará
e não terá mais a firmeza
nem tampouco a presteza
vista no lado de lá.

Será cativo da liberdade
no orbe um corpo solto
inimigo de qualquer fera
no funesto destin’envolto
cadente da ascensão
do cataclismo da coalizão
das forças do ar revolto.

Entrego me às vontades
do que não devo fazer.
Sou mais um ser feérico
que o saber tem a dizer.
Pois se eu souber que sei
e sabendo onde passei
regozijo-me de prazer.

Relato constante ato
da minha jurisprudência.
Interajo com o agravo
de toda néscia ciência.
Sou incisivo baluarte
da força que avante parte
da completa sapiência.

Transformo o deletério
em minha felicidade.
Desfaço gotas de ódio
e de adversidade
só pra mostrar a quem
não sabe muito bem
da pura promiscuidade.

Pois não sou só mais um ser
da pelota circundante.
Me encontro no futuro
mas não este doravante
um futuro mais à frente
totalmente dependente
deste cavaleiro errante.

E lá no futuro escrevo
em toada vossa ventura
em meus versos setissílabos
vou moldando a escritura
de seres tão irrisórios
tão miúdos, só espórios
que não servem à altura.

Mas ao menos me divertem
na minha eternidade.
Acreditam no que prego
e atribuem veracidade
se ajoelham aos meus pés
e me seguem tão fiéis
sem saber toda verdade.

Não sabem que realmente
sou o bendito agoureiro.
Das calunias do porvir
do rumo do mundo inteiro.
Que faz vinho em fumaça
e fumaça em cachaça
Brincando neste terreiro.

Briga de foice

Numa briga de foice
foi-se a mão
foi-se o braço
saiu faísca
saiu pedaço
morreu João
morreu Inácio


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