quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A mé tri ca

A métrica tenta mandar
Quer submeter o verso
Pois se isso acontecer
Tudo muda no universo
A métrica vira o mundo
E o mundo vira universo
Tudo isso pra dizer:
Que a métrica não faz verso!




Quem faz verso é a palavra de quem fala pensando. Vai entender né?! kkkkkk

Moça bonita

Moça bonita, eu te digo
Como é quando te vejo
Quando você chega perto
Eu desfaço-me em desejo
Sinto um frio na barriga
E no sangue que me irriga
Pois tu és o qu’eu almejo

É coisa muito estranha
Muito boa e diferente
É uma dessas doidice
Que às vezes dá na gente
Que não dá pra explicar
Só se pode comentar
Uma parte do que sente

Eu ás vezes tô parado
Na minha vida pensando
Quando vem o pensamento
E acaba me desarmando
Ele chega como amigo
Mas com força d’inimigo
Acaba me conquistando

É um pensamento bom
Me lembrando sua pessoa
Com a mesma alegria
De viver uma coisa boa
Que aperta o coração
E muda a respiração
Me fazendo rir a toa

Resumindo é coisa boa
Que faz bem ao coração
Alegrando a minha vida
Como abraço de irmão
Que não pode ser descrita
Por qualquer palavra dita
Ou escrita pela mão

Briga de foice

Numa briga de foice
foi-se a mão
foi-se o braço
saiu faísca
saiu pedaço
morreu João
morreu Inácio

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sonhar para dormir

Tome chá de camomila.
Tome chá verde depois.
Tome na mesma caneca
ou então mistura os dois.
Pra um sonho você ver
e quiçá consiga ser
carro na frente dos bois.

Todo eu tem você flor

Meu jardim tem uma flor
que o meu olhar seduz
que clareia as outras flores
com a sua branca luz
que exala tão doce odor
e às pétalas me conduz.

O meu céu tem uma estrela
que perpassa a emoção
que acende mais do que a lua
e inibe a escuridão
que cintila ofegante
ofegando minha paixão.

O meu chão tem um caminho
que me dá felicidades
que atinge os sentidos
e revela minhas vontades
que suplanta os devaneios
e expõe minhas verdades.

Todo Eu tem Você flor
no meio do meu jardim.
Tem Você, brilhante estrela
cintilando para mim.
Tem Você, caminho certo
de amor que não tem fim.

Ela é

Ela não faz, não pertence
não é das redes sociais.
Ela não faz as ninharias
nem as obras colossais.
Não é o reino que é das plantas
nem também dos animais.
Ela não é imaginável
não é algo decifrável
ela é mais, é muito mais.

sábado, 17 de abril de 2010

Vida do bomfim

Queria ver o tempo
parado e eu dançando
metendo o pé na água
só, fugindo em bando
girando a face da terra
um sorriso de quem erra
e eu na chuva fumando.

Queria uma vida fácil
que corra sempre sozinha.
Uma vida despreocupada
como se nem fosse minha.
A vida sempre verdejante
que o vento leva adiante
como essa grama vizinha.

Queria a vida do menino
estudante do fundamental
sem problemas complexos
nenhuma confusão mental.
A vida longa dos rios
energia que corre nos fios.
Quero o colo maternal.

Quero a vida do jazigo
a vida da cova rasa
do caixão que engole corpo
do corpo que a vida vaza
vida daquele defunto
morto já de assunto
que do inferno fez sua casa.

terça-feira, 23 de março de 2010

O espetáculo funesto da morte

O espetáculo funesto da morte
é convicção do ser humano
raciocina durante a vida
mas quando morre é insano.
O espetáculo da morte
algo mudo e mundano.

Velam corpos como velas
pálidos que tremulam almas.
Virtudes deixadas pra trás
em mãos cruzadas e calmas.
Lágrimas que um dia foram
as homenagens, as palmas.

A morte, espetáculo funesto
se apresenta no mundo
dá a deixa do fim dos atos
enterra seu palco fundo
o desfecho de quase tudo
personagenzinho vagabundo.

Somos mais quando morremos
do que nunca deixamos de ser.
Pessoas passam a penar
a insistência de ter de crer
tudo pela vil circunstância
de querer ter uma vida, de viver.

“Defuntamos” sermões dum mote
o de divulgar “estou vivo”
“sou pensante”, “sou agente”
“sou penante”, criativo!
Um processo degradante
mais um viver depressivo.

Poesia inchada que se desfaz
sem acabamentos poéticos
que sai, se desfaz nos ímpetos
sem moldar princípios éticos
só com métrica proporcional
poesia dos nadas estéticos.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Ver que Ser

Ser o ser tão mais vadio
testemunha miserável
uma equação constante
de resultado variável
que se altera nas figuras
comprimentos e larguras
sem deixar de ser estável.

Ver daqui cão vira-latas
e um homem vagabundo
um bicho que crê na morte
outro crê no fim do mundo
um que vê o fim do poço
e um velho senhor já moço
que olha de lá do fundo.

Ser o fogo e a fumaça
o alarido na explosão
o enxame de abelhas
diabrura dum fanfarrão.
Ser o fim da brincadeira
e a palavra derradeira
o ataque do coração.

Ver que o Ser é mais que ser
e que ser é mais que nada
que saber é a consciência
de quem tem idéia errada
e que o erro ta no acerto
e o acerto é o concerto
sinfonia elaborada.

Visto serei quando parar.
Serei visto quando eu crer.
Visto seria bela flor.
Seres avisto quando morrer.
Deixo de ser quando eu não for
então deixo pra me impor
somente quand’eu nascer.

Foi, eu sei que foi

Eu vi a lua atrás do sol
eu fiquei cego, mas hoje eu vi.
Eu li um livro, um velho códice
eu fiquei burro, mas sei que li.
Assisti a vida após a morte
não sei se foi azar ou sorte
sei que eu morri, mas assisti.

Tecnomaniadeserhightech

Não se orkut, não se bluetooth
não se twitter, não se wi-fi.
Digita o nome e tua senha
com que amigo é que tu sai?
Dá endereço dá o destino
que o GPS diz como vai.

Pra proteger meio ambiente
deixar a mata muito mais green
o nosso mundo e a nossa vida
são mais seguros com touchscreen.
Não toco nada com minhas mãos
toco a tela que toca por mim.

Os meus amigos de fibra ótica
tocam na banda da Banda larga.
São alguns raios de energia
energia doce mas meio amarga.
Me recarregam as baterias
me upload, vem na descarga.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Vermelho Rosa Amor

Eu verso assim meu amor
verso com tudo de mim.
Eu verso assim minha flor
verso um amor sem fim.
O amor vermelho da rosa
faz com que minha prosa
seja sempre mais carmesim.

Passam os Pierrots, ficam as Colombinas

Passam Arlequins e Pierrots
ficam algumas colombinas.
Passam os anos, a juventude
ficam as lembranças das meninas.
Passam as freiras, as santas
ficam as putas, as libertinas.

Passam os gritos e os soluços
ficam as raivas e o rancor.
Passam os remédios e as curas
fica a sina e fica a dor.
Passa o histerismo vil
mas permanece o horror.

Passam pedestres e automóveis
ficam as ruas e avenidas.
Passam os homens nas calçadas
ficam histórias de suas vidas.
Passam os caminhos de volta
ficam só os que são de ida.

Passam os dias, os dia-a-dias
ficam esquecidos todos amantes.
Passam os casos e as orgias
ficam os amores mais delirantes.
Passam as bocas mortas e frias
ficam os beijos emocionantes.

Passam as horas, passam os dias
passam as vidas, passam histórias
passam as lutas, passam venturas
passam os afãs, passam as glórias
passam os anéis, passam os dedos
passam derrotas, passam vitórias.

Ficam as flores, ficam as rosas
Ficam imunes em suas telas
ficam as manchas nas paredes
ficam nos quadros as aquarelas
fica essa eterna e ambígua luta
e a experiência dessa querela.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Mentir de saudade

Pra você não vou mentir:
“Eu ainda sei mentir”.
Saudade é coisa que corrói
que machuca sem ferir.

Gritar silêncio

Uma vida desvairada
um erro belo e propício.
A rotina desregrada
de um palco de comício.
Você, entenda se puder,
Depois pense o que quiser
mas por favor, silêncio.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Azar da poesia

Procuro uma poesia
amarga como a vida
que doa quando se abre
igualmente uma ferida
como vida entediada
das que tem uma entrada
mas não tem uma saída.

Doente como um fim
vil como a esperança.
Vida que vai e não volta
acaba, não deixa herança
morre assim pelo caminho
no irônico escarninho
de quem não agüenta a dança.

Quero uma poesia ríspida
das que não fazem chorar
se alimenta no sofrimento
não pretende ajudar
que faz com que a morte
seja vista como a sorte
carregada de azar.

Sem explicações!

Não explico minha vida.
Não explico o universo.
Não explico quem eu sou
nem em que me interesso.
Não explico minha rima
nem a métrica do verso.

Somatório da noite

Somatório da noite.
De uísque foi uma dose
alguns tragos de cigarro.
No cérebro tive necrose.
A cama me deu insônia
e dessa tive overdose.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

De quando eu achei que tinha certeza

Achei que me conhecia
antes de você chegar.
Depois que você chegou
eu me pus a pensar
será mesmo que sou
quem me fiz acreditar?

Já achei que fosse grande
um poema do sem fim
um grande corpo celeste
o perfume do Jasmim
se no céu não fosse deus
era ao menos querubim.

Já achei que fosse nada
que eu era só mais um.
Que eu estar nesse mundo
não tinha sentido algum.
Que não era nada demais
era só mais um comum.

Já achei que eu fosse ódio.
Já achei que eu fosse amor.
Já achei que eu fosse a cura.
Já achei que eu fosse a dor.
Já achei que eu fosse o santo
e depois que eu fosse o andor.

Mas quando você chegou
aí não achei mas nada.
Perdi minhas certezas
minha idéia não aplicada.
A paixão foi ventania
e o amor foi enxurrada.

Só sei que achei em ti
o que o meu Eu deseja.
Um sentimento tão forte
que não tem quem não o veja
e que eu quero sempre em mim
independente do que eu seja.

O amigo da lata

Aquela lata redonda
de conteúdo esbranquiçado
chega até a ser estranho
chega a ser engraçado
como algo assim tão vil
tá me deixando viciado.

Tem sido meu companheiro
nas minhas “desaventuras”.
Alivia minhas dores
e também minhas agruras
faz com que minhas aflições
não sejam assim tão duras.

Quando percorre meu rosto
faz efeito imediato.
Nunca deixa de achar
a dor no lugar exato
e não tem como negar
age sobre o mal de fato.

É ainda uma pena
não servir pra toda dor
não curar o mal olhado
nem agir no meu pudor
e ainda o pior de tudo
que não cura dor de amor.

Já entrou pra minha vida
já faz parte do meu clube.
Sem dúvida é de prestígio
cidadão da minha urbe.
Bem aventurado seja
Quem fez Vick VapoRub.




ê he he
que besteira!xD

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Poíesis

Tem poesia dentro do copo
e tem na cinza do cigarro.
Vi poesia no perfeito
e também vi no bizarro.
Vi poesia em um beijo
Augusto viu num escarro.

Do buraco da fechadura

Daqui dá pra ver um menino
No buraco da fechadura
Descobrindo outro mundo
Por um buraco à meia altura
Se esforçando pra ver a vida
Sem saber que a vida é dura

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Do pináculo da nuvem

Do pináculo da nuvem
Transeunte te avisto
Me abstém o pensar
Daquém perplexo assisto
Somente te ver passar
Tomando-me todo ar
Com o prazer que advém disto

As nuvens se desfalecem
O céu todo azul se faz
Caio como do sol um raio
Sem tempo d’olhar pra trás
Faço mergulho profundo
E miro só o teu mundo
Porque o meu agora jaz

Cruzo a imensidão do céu
Ultrapasso no horizonte
Ascendo um arco-íris
Me reflito numa fonte
Voando num ar bizarro
Passo por baixo d’um carro
E por cima de uma ponte

Adentr’em tua atmosfera
Em fogo vivo desfaço
Fundindo como a cera
O meu coração de aço
Que em encarnada cor
Vai sendo moldado por
Teu cinzel e mão ao maço

Orbito o pequeno corpo
Como um planeta cego
Minúcia pequena orbe
A quem defronto o ego
E não só o ego defronta
Mas o depõe por tua conta
Aos poucos a ti me entrego

Ao te olhar me confundo
Olhar dentro dos teus olhos
E não poder mergulhar
È sentir tantos abrolhos
por se reter’em se afogar
E se deter em só olhar
Este teu mar como folho

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

"As coisa"

Veja como são “as coisa”,
como palavra que não vêm,
como um sorriso tímido
mas do melhor que a gente tem,
como tudo fica perfeito
e o perfeito vira sujeito
na figura de um alguém.

Sabe como são “as coisa”?
São você representada.
“As coisa” é você rindo
você falando, você calada.
Vou falar feito poeta:
“As coisa” é você completa
e sem você “as coisa” é nada.







Se explicar perde a graça!!!! ehehehehehe

Daquele primeiro beijo

Ah! Me lembro do cheiro
do nosso primeiro beijo.
Bem mais que mera fragrância,
o ponto alto do cortejo.
A faculdade plena
e uma mostra amena
de todo o meu desejo.

Cheiro metálico de sangue
que na veia acelerava,
fluía cada vez mais forte,
me tomava, me esquentava.
Se dependesse de mim
eu vivia sempre assim,
te beijava e não parava.

O cheiro quente e suave
sinestesia da confusão,
da falta dos sentidos
estando todos em ação,
quando em um beijo mudo
se converte e funde tudo
em mais razão e emoção.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Natureza viva

Tão intenso e cintilante
como as Luzes em um jardim
é o seu raiar de amor
acender dentro de mim
uma natureza viva
que não morre nem tem fim...

Um silêncio de verdade

Sou menino perdido
neste campo de expressões.
Os limites das palavras
me impõem objeções
se eu for te explicar
e tentar “emoldurar”
as minhas opiniões.

O tempo da minha vida,
obstáculo particular,
é sem dúvida pouco tempo
para me pôr a falar
de tudo que penso ser,
tentado nada perder
do conceito de amar.

Pra te falar de amor
Prefiro dizer assim:
Olhe dentro dos meus olhos
e veja que há em mim
um menino tão encantado
que se ele for questionado
lhe responde: amo sim!.

Eu prefiro te dizer
tocando a tua mão,
emudecendo a te ver,
cegando com a paixão,
conhecendo quem tu és
e sentindo sob os meus pés
desaparecer o chão.

Eu prefiro te dizer
com o advento da saudade,
com o ar de um sorriso
mostra de felicidade,
que altera meu dia-a-dia
e com força de magia
altera a realidade.

Eu prefiro na verdade
deixar meu amor falar,
sem ter que abrir a boca,
sem ter que balbuciar,
gritando com perfeição
do fundo do coração:
“Minha vida é te amar!”

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Briga de tempos

Briguei com o relógio,
ele quis me incomodar.
Não correu contra os segundos
quando eu quis te encontrar.
Não sabia como eu queria
a hora de te ver chegar.

Assim meio de lua

É verdade, eu admito
sou assim meio de lua.
Vou minguando como o astro
mediante ausência tua.

Sem ti o tempo é lento
e me serve como prova
que me ofusca toda luz
me deixando lua nova.

Tua falta é marcante
e a saudade é companheira.
O sorridente quarto crescente
vem da notícia alcoviteira.

Até que a luz da tua presença
vem correr em minha veia
me clareia resplandecente
como a luz da lua cheia.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Do pandeiro do Jackson

Sou seu nome e sobrenome
sou extensão do seu braço.
Entre mim e sua arte
ninguém nega, existe um laço.
Eu sou o dono do som
mas ele é quem dá o tom
resultando um bom compasso.

Meu dono foi Rei do ritmo.
Senhor maior da batucada.
Mestre supremo do som
com doutorado em embolada.
Pela vida foi ensinado
nela se fez graduado
em poesia bem cantada.

O Jackson é do pandeiro
do tamborim e violão.
Apadrinhou a sanfona
a zabumba e a percussão
e os que ele não adotou
ele logo os colocou
na qualidade de irmão.

Meu Jackson é do pandeiro
e do Jackson ainda sou.
Onde estiver o Jackson
me procure que eu estou.
Seja na grande alagoa
em campina ou João Pessoa
pode me chamar que eu vou.

Aonde o Jackson foi
estive com sua pessoa
fui ao baile da Gabriela
e no forró de Zé lagoa.
Chegamos a vários lares
e em diversos lugares
nosso som ainda ecoa.





Versos escritos para a revista CultPB.

Do bendito agoureiro

Sou bendito agoureiro
das calunias do porvir.
Avulso dignitário
do que há de me convir
existente daquém posto
substrato dum belo mosto
um esmo do que vai vir.

Aqui novamente morto
vejo uma vida passar.
Preso em meu arcabouço
que não mas ira cessar.
Estendido no ataúde
a esbanjar plena saúde
para a ceifa atravessar.

Eu recluso cá comigo
donde não quero sair.
Na pior das retenções
e a mais propicia a cair
onde o recluso tem chave
e mesmo sem um entrave
ele prefere não fugir.

Pois sabe que se for
não mais retornará
do seu lado exterior
com sua vida encontrará
e não terá mais a firmeza
nem tampouco a presteza
vista no lado de lá.

Será cativo da liberdade
no orbe um corpo solto
inimigo de qualquer fera
no funesto destin’envolto
cadente da ascensão
do cataclismo da coalizão
das forças do ar revolto.

Entrego me às vontades
do que não devo fazer.
Sou mais um ser feérico
que o saber tem a dizer.
Pois se eu souber que sei
e sabendo onde passei
regozijo-me de prazer.

Relato constante ato
da minha jurisprudência.
Interajo com o agravo
de toda néscia ciência.
Sou incisivo baluarte
da força que avante parte
da completa sapiência.

Transformo o deletério
em minha felicidade.
Desfaço gotas de ódio
e de adversidade
só pra mostrar a quem
não sabe muito bem
da pura promiscuidade.

Pois não sou só mais um ser
da pelota circundante.
Me encontro no futuro
mas não este doravante
um futuro mais à frente
totalmente dependente
deste cavaleiro errante.

E lá no futuro escrevo
em toada vossa ventura
em meus versos setissílabos
vou moldando a escritura
de seres tão irrisórios
tão miúdos, só espórios
que não servem à altura.

Mas ao menos me divertem
na minha eternidade.
Acreditam no que prego
e atribuem veracidade
se ajoelham aos meus pés
e me seguem tão fiéis
sem saber toda verdade.

Não sabem que realmente
sou o bendito agoureiro.
Das calunias do porvir
do rumo do mundo inteiro.
Que faz vinho em fumaça
e fumaça em cachaça
Brincando neste terreiro.

Briga de foice

Numa briga de foice
foi-se a mão
foi-se o braço
saiu faísca
saiu pedaço
morreu João
morreu Inácio


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