terça-feira, 23 de março de 2010

O espetáculo funesto da morte

O espetáculo funesto da morte
é convicção do ser humano
raciocina durante a vida
mas quando morre é insano.
O espetáculo da morte
algo mudo e mundano.

Velam corpos como velas
pálidos que tremulam almas.
Virtudes deixadas pra trás
em mãos cruzadas e calmas.
Lágrimas que um dia foram
as homenagens, as palmas.

A morte, espetáculo funesto
se apresenta no mundo
dá a deixa do fim dos atos
enterra seu palco fundo
o desfecho de quase tudo
personagenzinho vagabundo.

Somos mais quando morremos
do que nunca deixamos de ser.
Pessoas passam a penar
a insistência de ter de crer
tudo pela vil circunstância
de querer ter uma vida, de viver.

“Defuntamos” sermões dum mote
o de divulgar “estou vivo”
“sou pensante”, “sou agente”
“sou penante”, criativo!
Um processo degradante
mais um viver depressivo.

Poesia inchada que se desfaz
sem acabamentos poéticos
que sai, se desfaz nos ímpetos
sem moldar princípios éticos
só com métrica proporcional
poesia dos nadas estéticos.

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