terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Passam os Pierrots, ficam as Colombinas

Passam Arlequins e Pierrots
ficam algumas colombinas.
Passam os anos, a juventude
ficam as lembranças das meninas.
Passam as freiras, as santas
ficam as putas, as libertinas.

Passam os gritos e os soluços
ficam as raivas e o rancor.
Passam os remédios e as curas
fica a sina e fica a dor.
Passa o histerismo vil
mas permanece o horror.

Passam pedestres e automóveis
ficam as ruas e avenidas.
Passam os homens nas calçadas
ficam histórias de suas vidas.
Passam os caminhos de volta
ficam só os que são de ida.

Passam os dias, os dia-a-dias
ficam esquecidos todos amantes.
Passam os casos e as orgias
ficam os amores mais delirantes.
Passam as bocas mortas e frias
ficam os beijos emocionantes.

Passam as horas, passam os dias
passam as vidas, passam histórias
passam as lutas, passam venturas
passam os afãs, passam as glórias
passam os anéis, passam os dedos
passam derrotas, passam vitórias.

Ficam as flores, ficam as rosas
Ficam imunes em suas telas
ficam as manchas nas paredes
ficam nos quadros as aquarelas
fica essa eterna e ambígua luta
e a experiência dessa querela.

3 comentários:

  1. Muito bom, gostei bastante. Colocarei no meu blog.
    Esses versos auto retratam-se, é possível ver e sentir o que eles dizem, seja por nossas observações ou por lembranças de outros carnavais...

    Parabéns!!!

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  2. mano... na moral és um poeta... kkkkkkkk
    sério mesmo... parabéns... pega esses que vc fez e coloca logo no seu nome publica um livro q eu vou comprar...

    valeuu, falou.

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